quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Em tempo de premiações

 

(1861-1938)
 
O meu Oscar vai para...
Georges Méliès!
Considerado o melhor cineasta do mundo, este ousado sonhador, em tempos de poucos recursos e quase nenhum conhecimento, realizou mais de quinhentos filmes.
Tudo começou quando em 28 de dezembro de 1895, esteve presente na primeira projeção cinematográfica realizada (a saída dos operários de uma fábrica) pelos Irmãos Lumière, e com seu olhar visionário percebeu que aquela novidade poderia ser de grande utilidade para seus shows como ilusionista.  Tendo alcançado certo sucesso e já proprietário do teatro que pertenceu ao mágico Houdini, ele  ganhou um protótipo criado pelo cinematógrafo inglês Robert William Paul e ficou tão entusiasmado com o mesmo que saía filmando cenas do cotidiano em Paris. Um dia a própria câmera parou de repente, mas as pessoas não paravam de se mexer e, quando ele voltou a filmar, a ação feita na filmagem era diferente da ação que ele estava filmando. A esta trucagem ele deu o nome de stop-action; criou várias outras, como perspectiva forçada, múltiplas exposições ou filmagens em alta e baixa velocidade. E foi conquistado pelo desafio. A partir de 1896, suas produções foram constantes.
Respeitado como o “Pai dos efeitos especiais” e chamado por Charles Chaplin de “Alquimista da luz”, Méliès foi o primeiro a usar desenhos de produção e storyboards para projetar suas cenas. Construiu o primeiro estúdio cinematográfico da Europa e com pequenas e inexperientes equipes, ele se envolvia em todas as etapas do filme desde a montagem de cenários até trabalhar como ator. As versões coloridas de seus filmes eram pintadas à mão, quadro a quadro (cerca de 14 mil!).
 

 



 
 
Viagem à Lua (Voyage dans la lune / A trip to the moon) é um filme de 1902 e foi baseado em dois romances populares da época: Viagem ao redor da Lua de Júlio Verne e Os primeiros homens da Lua de H.G.Wells.
No enredo, Barbenfuillis, o presidente, tem um plano audacioso. Uma viagem à Lua através de uma cápsula atirada por um canhão gigante. Ele reúne seu comitê e explica suas intenções. Um membro se opõe violentamente, mas o presidente o reprime na mesma medida e logo seu plano é aprovado. Barbenfuillis e mais cinco outros sábios conhecerão a Lua, porém, conhecerão também seus habitantes, os Selenitas.
O filme não alcançou o reconhecimento esperado, mas as inovações técnicas e a beleza das ilusões fotográficas são inegáveis.
A Primeira Guerra Mundial o levou à ruína, ajudado pela concorrência dos grandes estúdios franceses e americanos. Quase todos os seus filmes foram destruídos ou vendidos por peso e transformados em saltos de sapatos. Esquecido, ele foi obrigado a vender brinquedos de madeira feitos por ele e doces no átrio da estação Montparnasse. Redescoberto alguns anos antes de sua morte, recebeu a Legião de Honra em 1931. No ano seguinte, ele foi colocado em uma casa de repouso humilde em Orly, onde terminou seus dias.






Um pioneirocriador de mundos fantásticos cuja imensa imaginação, inventividade e paixão pelo que fazia devem ser reverenciadas por quem ama a Sétima Arte.
Esta é a versão restaurada do filme. Estava perdida até que um cinéfilo anônimo, no início dos anos 90, doou uma cópia colorida do negativo do curta de Méliès à Cinemateca de Bolonha, na Itália. Iniciou-se então a restauração que foi exibida em Cannes em 2011, junto com uma nova trilha sonora.
Uma observação:
O livro A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, e sua adaptação cinematográfica, são inspirados na história da vida de Méliès e são justas e belas homenagens.







Fonte das imagens e pesquisa: www.fulltable.com
                                                        www.appl.lachaise.net











Por Aline Andra



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