quinta-feira, 2 de maio de 2013

Alma e antiguidades



Fonte: Google
 

Desejava, há algum tempo, começar uma pequena coleção de pequenos objetos. A repetição é proposital porque a pequenez fazia-se necessária. Pensava em algo que não ocupasse muito espaço, que se integrasse naturalmente à decoração de algum cantinho de minha casa e não exigisse grandes investimentos. Na verdade, a motivação estava mais relacionada ao prazer de “garimpar”, passatempo que adoro.
Locais de venda de antiguidades não faltam no Rio de Janeiro, dos despretensiosos aos mais sofisticados.  Eu prefiro os brechós e as pequenas feiras de antiguidades pontuais, onde podemos passear sem compromisso e totalmente à vontade, num delicioso exercício de observação daquele tumulto divertido, daquela mistura meio bagunçada e colorida onde, talvez, esteja escondido o “tesouro” que ainda vamos descobrir. Uma farra para os olhos e a imaginação!
De chaves antigas a móveis de estilo, tudo é possível. Perceber essa frágil  teia de histórias alheias requer cuidado e respeito.  É enriquecedor remexer em cestos e baús e encontrar, como já me aconteceu, um missal com capa de madrepérola e a foto de um jovem casal entre as folhas amarelecidas, um pedantif   de marcassita, um  livro de poesias com um dedicatória apaixonada, um lindo camafeu de marfim, um dedal muito antigo com detalhes em relevo, charmosas bolsinhas em malha de metal, espelhos  em molduras de prata, relógios de bolso, canetas tinteiro com nomes gravados, brinquedos, cartões postais  e tantas outras preciosidades.  Fragmentos do tempo...
Objetos valiosos ou não, isso deixa de ter importância. Fizeram parte da vida de alguém e passam a ser interessantes para mim, pois acho que todas as vidas são interessantes.
Finalmente, quase por acaso, comecei a colecionar antigos frascos de perfumes.
Um dos sentidos mais importantes, o olfato, marca e define uma  presença e uma personalidade ainda que superficialmente, claro. Às vezes até transforma um momento fugaz numa lembrança inesquecível. Além disso, essas pequenas “joias” são representações de uma época cuja beleza, riqueza de detalhes e delicadeza já não encontro mais.
Definitivamente, tenho uma alma vintage.
 
A primeira peça (5x3cm) da minha coleção e, acreditem, ainda conserva o maravilhoso aroma do perfume original ! 



 
 
 

Por Aline Andra
 
 

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